A minha rosa branca

                               
                  A minha Rosa branca


As primeiras gotinhas de orvalho começaram a aparecer, surgindo aos poucos o crepúsculo, o vento gélido batia no jardim fazendo as folhas sacudirem agitadas.
No meio desse pobre jardim, uma linda Rosa Branca iluminava a todos e chamava a atenção por seu carisma em relação aos seus quatro botõezinhos.
Agia com tanto amor, carinho e seriedade que aqueles iam crescendo e ficando cada vez mais sólidos e firmes em seu galho.
Era feliz no seu humilde jardim, aceitando o dia-a-dia alegre, pois possuía a maior riqueza do mundo... Para os seus quatro botõezinhos e com muita ternura ia tecendo a verdadeira vida.
Quando vinham as tempestades e ventanias que quase a derrubavam, ela criava mais força e segurava firme, acreditando num novo amanhecer.
O tempo passou, os botões cresceram e tornaram-se rosas, e de duas nasceram mais botões e a roseira ficou maior, e a linda Rosa Branca, hoje já amarelecida e fustigada por tantas tempestades, se segura firme em seu galho, e, apesar do cansaço, ainda têm forças para protegê-las sob suas pétalas.
Os primeiros raios de sol batem de leve naquele jardim, secando aos poucos as gotinhas de orvalho e a Rosa Branca lá está... Mais lindo do que nunca.
Minha Mãe - Maria Savini Marques, a minha Rosa Branca.


Foi escrita e publicada no Jornal O Imparcial em 08/05/86